terça-feira, 22 de maio de 2018

Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Árvore-do-conflito, deserto verde.

Foto 1 – Detalhe das flores botões florais e sementes verdes.Foto 2 – Detalhe da flor.Foto 3 – Detalhe dos frutos verdes.Foto 4 – Imensa quantidade de vagens que produzem sementes o ano todo é altamente invasora, por isso seu nome de árvore do conflito.
Família: Fabaceae (Leguminosae) Subfamília-Mimosoideae.
Nome científico: Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit
Nomes populares: árvore-do-conflito, deserto-verde, leucena. devido se alastrar como uma espécie daninha.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE
 Árvore perene originária do México e America Central. Sua altura atinge até 20 m.
Nas áreas desapropriadas para preservação ambiental do projeto ITAIPU (margem brasileira), constituídas pela Faixa de Proteção (FP– 28.000 ha) e Refúgios biológicos (RB 3.200ha), está sendo desenvolvido um programa de  reflorestamento desde 1979. Nessas áreas, entre outras espécies arbóreas, foi plantada a leucena. Pela facilidade na obtenção de mudas e sementes. Foram plantadas com mudas partes da cortina florestal e 20 talhões de 2,00 ha no  Refúgio Biológico de Santa Helena, e com sementes na Faixa de Proteção pelos agricultores vizinhos que utilizaram o “método taungya”. Devido a o alto grau de adaptação a região, essa espécie passou a constituir um problema, pela sua abundante regeneração natural em áreas sem reflorestamento e de agricultura, e pelo comprometimento na estrutura e qualidade desta floresta no futuro.
Para reduzir este avanço e minimizar os efeitos negativos que uma espécie exótica pode causar estão sendo testadas 39 espécies arbóreas através do “sistema de enriquecimento em linhas em faixas”, nos sentidos norte/sul e leste/oeste, para selecionar aquelas que melhor se desenvolvem nestas condições. Os resultados obtidos após 4 e 5 anos, apontam que 10 espécies testadas ( Grevilea- Grevillea robusta, jambolão -Syzyjium cumini; Passegueiro bravo- Prunus selowii. Uva do Japão- Hovenia dulcis; Figueira- Ficus enormis; Timburi- Enterolobium contortisiliquum; Canafistula- Peltophorum dubium; Paineira- Chorisia speciosa; Barbatimão- Anadenanthera falcata; Gurucaia-Parapiptadenia rigida), apresentam potencial para competir com a leucena. Para sua confirmação serão aplicados testes comprobatórios com essas espécies em maior escala.
INVENTÁRIO FLORESTAL
Em 1999 a 2000 foi realizado o Inventário Florestal, do qual participei como identificador das espécies arbóreas, da Faixa de Proteção (FP– 28.000 há) e Refúgios Biológicos (RB-3.200 ha), Parque Nacional do Iguaçu 185.000 ha, em convenio com a UEM Universidade Estadual de Maringá (MARTINS.S.S. 1999-2000).

AGRESSIVIDADE DA LEUCENA
A espécie apresentou um alto grau de adaptação à região, passando a constituir um sério problema, pela sua abundante regeneração natural em áreas sem reflorestamento e de agricultura, e pelo comprometimento na estrutura e qualidade desta floresta no futuro.Tanto na Faixa de Proteção (FP-28.000 ha), Refúgios Biológicos (RB-3200 ha), a leucena desenvolveu-se com muita rapidez, avançando sobre áreas desocupadas, o que tem causado à preocupação da estrutura dessas florestas no futuro, já que  até o momento não foi constatado seu uso como habitat, ou alimento de animais silvestres.Também à agricultura a leucena tem causado alguns inconvenientes, uma vez que nos plantios da Cortina Florestal, que fazem divisa com áreas agrícolas, a espécie tem avançado sobre estas áreas através da disseminação feita, em parte, pelos próprios produtores, que passam com maquinários próximos a Cortina Florestal e transitam pela lavoura, levando consigo as sementes nas rodas.Com estes indícios de adaptação associados a sua ampla distribuição nas áreas da Itaipu Binacional, é considerada definitiva sua permanecia, como povoamentos puros ou mistos (Avaliação Preliminar da Competição de crescimento entre 39 espécies Arbóreas em Área Sombreada com Leucena ( Zelazowski V. H. e Lopes G.L. 1993).

ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES Universidade estadual de maringá.
Nãoforam constatadas diferenças significativas referentes ao número de espécies florestais germinadas nas parcelas do plantio misto e puro, ambas apresentaram a Leucena como espécie principal.  A alta incidência de Leucena foi verificado devido a chuva de sementes deposição ocorrer durante o ano todo, o que caracteriza como  uma espécie agressiva e de alta disseminação.Outro fator que contribui para os altos índices de germinação da Leucena diz respeito a alta longevidade das sementes das sementes no solo, assegurados pela rigidez do seu tegumento o que ocasiona dormência parcial podendo ser quebrada tão logo condições favoráveis de temperatura e luminosidade sejam observados. Durante o tempo que essas sementes permanecem dormentes no solo, formando um banco, mais sementes são incorporadas mantendo esse banco sempre ativo à espera de abertura de clareira, processo facilmente comprovado na matas ciliares da ITAIPU BINACIONAL, marcado pela constante deposição de sementes de Leucena ao longo de toda faixa vegetada.Sabe-se também que a localização de sementes em profundidade maiores e portanto sujeitas a menores oscilações térmicas condiciona a dormência e a formação de bancos de sementes persistentes, após a dispersão, as sementes podem permanecer viáveis na natureza por alguns dias ou até muitos anos, esperando condições favoráveis para germinarem abertura de clareiras.


ANÁLISE DO BANCO DE SEMENTES SANTA HELENA.
Durante o Inventário Florestal realizado pela ITAIPU BINACIONAL E UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, foram coletadas amostras de solos e levados a UEM e as amostras foram semeadas em canteiros e foram identificadas e  as plântulas que nasciam eram identificadas e contadas para determinação do Banco de Sementes, a Leucena teve domínio em todas as camadas de solos amostrados.
Serrapilheira: Camada superficial da floresta. A leucena domina com 58% das emergências das sementes.
Densidade de sementes por m².
(Plantio Misto– 2903 sementes por m²).
(Plantio Puro– 4237 sementes por m²)
Profundidade de 0-5 cm a leucena domina com 37,40%
Densidade de sementes por m².
Plantio Misto– 2628 sementes por m²
Plantio Puro– 1147 sementes por m²
Profundidade de 5 cm -10 cm. A leucena domina com 4,4%
Densidade de sementes por m².
Plantio Misto– 309 sementes por m²
Plantio Puro– 134 sementes por m²
Com estes indícios de adaptação associados a sua ampla distribuição nas áreas da Itaipu Binacional, é considerada definitiva sua permanecia, como povoamentos puros ou mistos (Avaliação Preliminar da Competição de crescimento entre 39 espécies Arbóreas em Área Sombreada com Leucena ( Zelazowski V. H. e Lopes G.L. 1993).

Bibliografia Consultada
ZELAZOWSKI, V.H. LOPES, G.L.. AVALIÇÃO PRELIMINAR DA DA COMPETIÇÃO DECRESCIMENTO ENTRE 39 ESPÉCIES ARBÓREAS, EM ÁREA SOMBREADA COM LEUCENA (Leucaena leucocephala).  Itaipu Binacional Santa Helena- PR. Trabalho publicado no (I CONGRESSO FLORESTAL PARANAMERICANO E VII CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO CURITIBA PARANÁ-1993. ANAIS DO EVENTO).
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Centro de Ciências Agrárias– CCA
Departamento de Agronomia– DAG

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