quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Aluna do IB apresenta 1ª genoma mitocondrial em planta do Brasil
 
Estudo tem potencial de permitir avanços no melhoramento genético de outras espécies
[08/08/2017]

Saura Rodrigues da Silva, aluna de doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) do Instituto de Biociências (IB) da Unesp Botucatu, é a primeira autora do artigo “O genoma mitocondrial da planta carnívora terrestre Utricularia reniformis (Lentibulariaceae): Estrutura, análise comparativa e marcos evolutivos”, publicado no último dia 19 de julho pela revista cientifica internacional Plos One.

De todos os genomas de mitocôndrias de plantas já sequenciados, que representam 195 algas e plantas terrestres, apenas 19 espécies são brasileiras. Destas 19, até então, apenas duas espécies de angiospermas estavam nessa lista. Assim, a angiosperma carnívora Utricularia reniformis passa a ser a primeira espécie nativa e endêmica do Brasil a ter o seu genoma mitocondrial apresentado para a ciência.

As mitocôndrias são organelas que ficam no citoplasma das células, com função de gerar energia a plantas e animais. Apesar dos genomas mitocondriais terem um padrão mais ou menos comum nos animais, as mitocôndrias de plantas apresentam genomas com arquiteturas distintas para cada grupo ou espécie. O que torna o experimento ainda mais desafiador.
“Essa área de genoma mitocondrial de planta ainda é muito obscura. Mas esse experimento serve como base de informação para futuros trabalhos que possam ser extrapolados para qualquer espécie de planta, inclusive as agriculturáveis. Talvez no futuro, entendendo melhor a estrutura genética das plantas, possamos partir para o melhoramento de algumas espécies que geram interesse ao mercado, seja na indústria de alimentos ou farmacêutica, por exemplo”, argumenta a bióloga.

planta-carnivora-utricularia-reniformis---copia.jpgA Utricularia reniformis é uma espécie de planta carnívora que ocorre apenas no Brasil, nas regiões sul e sudeste. Apresenta armadilhas na forma de pequenas vesículas (alguns milímetros) que capturam pequenas presas, geralmente microcrustáceos, insetos e pequenos vermes.
Sua armadilha funciona por sucção, pela qual a presa e sugada e digerida.O trabalho tem orientação dos professores Alessandro de Mello Varani (Departamento de Tecnologia) e Vitor Fernandes Oliveira Miranda (Departamento de Biologia Aplicada à Agropecuária), além da colaboração de outros professores da Unesp de Jaboticabal.
O artigo completo pode ser acessado no seguinte link: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0180484

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